segunda-feira, 10 de maio de 2010
A Máscara e a Festa dos Rapazes do Planalto Mirandês
As máscaras do Solstício de Inverno, que são utilizadas entre o dia 13 de Dezembro e o final do mês de Janeiro, em toda a Terra de Miranda, são as mais ricas de todo o País, no campo iconográfico, etnológico e antropológico. A conclusão é do director do Museu da Terra de Miranda. António Mourinho
Anúncios de vida e de morte
Segundo a investigação levada a cabo por António Mourinho, nestas figuras, que antigamente eram mascaradas, existe um imaginário popular que as populações actuais não sabem explicar, mas que tem muito a ver com trevas, luz nova. “São coisas que é necessário deitar fora, como são os rosários de bolhacas que vemos na Velha de Vila Chã de Barceosa, na Galdrapa de São Pedro da Silva e no Farandulo de Tó. São expressões evidentes da purificação de tudo o que é velho e escurece o sol e a vida, a começar pelos fatos velhos e desajustados até às próprias máscaras de horrível aspecto diabolicamente escuro, trévico e anunciante da morte”, considera o responsável.
Neste período, proliferam manifestações populares por todo o Planalto Mirandês. Bruçó e Vale de Porco a 25 de Dezembro, Bemposta (26), Constantim (28) e dia 1 de Janeiro, de novo em Bemposta, Tó e Vila Chã de Barceosa são disso exemplo. “São tempos e lugares de vivência de um passado que, consciente ou inconscientemente, volta, com a sua pureza e significado próprios, nos quais nos deleitamos e nos transportamos numa viagem nostálgica de milhares de anos aos tempos remotos do gentilismo”, considera o estudioso.
Por: Francisco Pinto - Jornal Nordeste
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