Em Bruçó, aldeia do concelho de Mogadouro,realiza-se no dia de Natal, 25 de Dezembro, a festa dos velhos, uma entre muitas outras celebradas em várias aldeias do planalto mirandês.
De manhã cedo os jovens reúnem-se em casa da mordoma para assumirem as suas personagens. A escolha dos personagens é feita secretamente.
Depois de escolhidos saem à rua dois casais, um composto pelo casal de velhos e outro composto pelo Soldado e pela Sécia, ambos casais estão mascarados e vestidos a rigor.
A Sécia, sempre protegida pelo Soldado, é uma mulher que provoca os rapazes e carrega no colo uma boneca a fingir de bebé. Ao longo do cortejo, a Sécia é importunada pelos rapazes da aldeia ou ela mesmo os importuna. O Soldado(que veste um traje de guarda fical) para proteger a Sécia vai distribuindo cinturadas com um cinto de cabedal grosso para "limpar a honra", já que o intuito dos rapazes é "roubar a Sécia ao marido".
O casal de velhos tenta manter a calma e ordem pública durante o cortejo. Levando um cajado na mão, denominado de "cajata", outrora também uma castanhola, perseguem os provocadores e limpam a rua das bexigas de porco cheias de ar, que os rapazes lhes jogam para os provocar.
A festa dos velhos integra-se nas celebrações rituais pagãs de celebração do solstício de Inverno, também denominadas de festas dos rapazes.
É interessante que o mesmo tipo de rituais são também celebrados em terras espanholas de Zamora e Salamanca, nomeadamente em Pobladura de Aliste que tem precisamente as mesmas figuras que o conjunto da festa dos velhos de Bruçó.
De destacar que o soldado da Pobladura de Aliste veste precisamente um traje de soldado, ao passo que o de Bruçó veste um traje de guarda fiscal, mantendo contudo o nome de soldado
A Velha
A Velha
A Velha
Soldado e a Sécia
Chocalheiro e a Velha
Velhos e Velhas
O Velho
Velha com a Gajata na mão
Velho com uma Bexiga
Velha com uma Bexiga
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